Em uma terra inóspita e sombria. Onde nenhuma possibilidade favorecia, fiz um jardim. Lá plantei somente flores. Cuidei dos meus amores Imaginando ser tudo para mim. Protegi da chuva e do frio. Do sol quente que a tarde irradia. Dos insetos e ervas daninhas. Dei-lhes tudo o suficiente, sabendo que as sementes iriam crescer e florir. Minha plantação quase toda florida e eu na labuta da vida, tanta beleza não percebi. Talvez por estar entretido com algumas que ainda não tinham florido. Descuidei da plantação. E o meu jardim desprotegido. A deriva, correndo perigo. Virou alvo fácil de qualquer ladrão. E sem que eu me desse conta, e como em um faz de conta. Eis que os larápios surgem, então. Uma a uma tiraram minhas flores. Deixando-me o vazio e o solo. Levaram meus amores. Roubaram o que mais adoro. Flores não planto mais. Não que eu não seja capaz, de cuidar de um jardim. É que não quero sofrer novamente...